sexta-feira, 24 de novembro de 2017

Utilizando a tecnologia e as novas mídias



A maioria de nós professoras somos de uma geração em que as atividades eram reproduzidas por um mimeógrafo. As unhas das professoras manchadas e aquele cheirinho de álcool era sinal de atividade nova no pedaço. Os tempos mudaram e com ele muita coisa. Passamos pela evolução de deixar de fazer a atividade a mão no estêncil e digitá-la e imprimir em uma impressora matricial. Depois o mimeógrafo foi ficando no cantinho da sala dos professores ou na mecanografia para emergências, caso a máquina de xérox estragasse ou o tonner acabasse. Hoje, provavelmente ele é peça de museu e nossos alunos nem devem saber do que se trata o primeiro parágrafo deste post. (Risos)
A evolução tecnológica não chegou tão devagar, mas algumas de nós resistimos bravamente, confesso que sou uma delas, até que um dia tivemos que vencer nossos medos e encarar as ferramentas. É fato que muitas delas facilitaram a nossa vida, a máquina digital nos possibilitou registrar nossos trabalhos e visualizar os registros a baixo custo. Podemos criar vídeos e apresentações, documentar tudo e armazenar num simples cartão de memória ou pen drive. Podemos ilustrar nossas aulas com filmes, baixando-os da internet, ou proporcionar aos estudantes realizarem pesquisas no laboratório de informática e ou na biblioteca da escola.
No cotidiano escolar, ainda temos alguns problemas como instalar os equipamentos, falta um cabo, ou o formato do vídeo não é o adequado para o computador, às vezes a internet não funciona e por aí vai. São pontos que realmente precisam ser solucionados. Mas vejo muita evolução de nossa parte frente as novas tecnologias, afinal para nós que não nascemos na Era Digital não é fácil, mas temos nos esforçado.
Tenho feito algumas experiências com as novas tecnologias. Dia desses resolvi gravar a leitura coletiva da turma, uma gravação da leitura de um texto que já havia sido trabalho, lido e relido e outra gravação da primeira leitura de um texto. Depois apresentei a turma as gravações. Eles conseguiram avaliar suas participações e refletir sobre o que precisaria ser mudado. Aprenderam também sobre a importância de ler e reler um texto quantas vezes forem necessárias. Nós amamos a estratégia e resolvemos gravar as leituras individuais para que cada um pudesse refletir si. Não projetamos as leituras individuais. As crianças assistem no notebook da escola, que eu ligo na sala mesmo para eles. Um dia ouvi uma pergunta não esperada: “- Bel, você pode enviar esse vídeo para o WhatsApp da minha mãe? Assim ela pode me ajudar em casa também.” Pensei rapidamente, e respondi: se ela autorizar por escrito posso sim! No fundo eu fiquei foi pensando sobre aquela pergunta e refletindo sobre as novas tecnologias e esse mundo moderno… pensei que as pessoas assistem vários vídeos no WhatsApp, eu assisto muitos, uns motivadores, outros informativos, mas nunca assisti a um vídeo dos meus filhos em situação escolar… deve ser surpreendente. Gostei da ideia. No dia seguinte lá estava meu aluno com a agenda na mão e todo empolgado me apresentou a autorização da mãe para que eu enviasse o vídeo. Disse a ele que faria isso mais tarde, pois não utilizo internet em meu celular fora de casa… e fiz! Ah… outros pedidos surgiram e gravar minhas aulas e a participAÇÃO dos estudantes virou prática.. Gravo também minhas intervenções pedagógicas, algumas mães pedem para saber como ajudar suas crianças.
Na intervenção a Edna gravou a leitura de uma aluna que nunca leu em casa e sua família estava triste achando que ela não sabia ler ainda… foi uma grande surpresa quando receberam o áudio.
Gravei minha aluna com deficiência fazendo a escrita do seu nome completo, e realizando outras atividades de leitura e escrita. Ela está há quase três anos em nossa turma e esse ano despertou para a escrita e para a leitura nos trazendo muita alegria. Enviei o vídeo para a família, que ficou encantada e mais motivadas e esperançosas com a possível alfabetização dela, assim como eu.

Bom, utilizar as novas tecnologias é um desafio para nós, mas a prática pode transformar nossas aulas. Há sim muitos desafios quanto aos equipamentos, disposição, armazenamentos e manutenção, bem como quanto aos cuidados com as informações e gravações armazenadas. Mas vejo possibilidades infinitas para a EMPEV. Como disse, temos um corpo docente e funcionários que realmente fazem a diferença e precisamos levar esse compromisso e as experiências de sucesso para outros espaços. Vamos nos empenhar em estudar e refletir mais sobre essa estratégia.

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